ONG recebe fantasias de Carnaval para reciclagem e artesanato
Atualmente, 20 pessoas trabalham na Reciclafolia e, neste ano, a expectativa é que a ONG receba cerca de 12 caminhões lotados de fantasias e adereços
Os desfiles das escolas de samba de Vitória ocorreram no último fim de semana e, depois da festa, há muitas pessoas que se perguntam: onde vai parar a fantasia e os adereços de um folião quando acaba o Carnaval?
Muitos dos materiais são descartados, mas outros podem ser reaproveitados. Foi pensando nisso que nasceu a Organização Não-Governamental (ONG) Reciclafolia, que recebe as doações de fantasias para reciclagem e artesanato em Vitória.
De acordo com uma das coordenadoras do projeto, Maria Madalena Oliveira, a ideia da ONG é conscientizar os foliões a descartarem suas fantasias de forma sustentável e que não polua o ambiente, transformando o que poderia ser lixo, em arte.
“Esse trabalho começou há 15 anos. Estamos na luta para fazer a conscientização dos foliões para não jogarem as suas fantasias no mar, como jogavam antes no asfalto”, disse.
Atualmente, 20 pessoas trabalham na Reciclafolia e, neste ano, a expectativa é que a ONG receba cerca de 12 caminhões lotados de fantasias e adereços de festa que seriam descartados.
Onde doar as fantasias
A equipe trabalha durante os dias de Carnaval de Vitória, durante a dispersão dos foliões no Sambão do Povo, logo após os desfiles, e conta com uma base na Rua Padre Emilio Miotti no bairro Bela Vista, na Capital.
As artes criadas com esse material podem ser as mais diversas, como explica Maria Madelana, que relata que com um único pano podem ser feitas toalhas de mesa e até bolsas.
“Este pano a gente pode aproveitar para fazer toalha de mesa, fazer fuxico, fazer bolsas também”, afirmou.
Outra coordenadora do projeto, Cida Moschen reafirma a importância da doação das fantasias, uma vez que as peças serão reaproveitadas e ressignificadas por meio da arte.
“Se alguém desfilou na avenida e está com a fantasia dentro de casa e se perguntando o que vai fazer, doe para o projeto Reciclafolia. Vai ser muito bem aproveitada e reutilizada”.
Para a artesã Maria José da Lima Costa, ressignificar é justamente a palavra de ordem da ONG, uma vez que o que seria descartado como lixo pode se tornar uma bela peça.
De acordo com ela, é necessário reaproveitar o material, uma vez que o período de festas é encerrado.
“Isso que seria um lixo, não vai ser mais lixo. Vai ser reaproveitado, vai ser um trabalho bonito”.
Além do fator artístico, há também o lado econômico no reaproveitamento das fantasias e adereços de Carnaval, de acordo com Renato Alexandre Rangel de Jesus, gerente de economia solidária da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes).
Segundo ele, a Reciclafolia é uma forma de contribuir com o meio ambiente, mas também de gerar renda para as famílias envolvidas com o trabalho artesanal na Grande Vitória.
“Esse projeto Reciclafolia vem para contribuir para a preservação do meio ambiente e gerar renda para essas famílias”, afirmou.
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