Museu de Arte do Espírito Santo celebra aniversário de 25 anos

Museu de Arte do Espírito Santo celebra aniversário de 25 anos

Inaugurado em 18 de dezembro de 1998, com uma exposição em homenagem ao artista modernista capixaba Dionísio Del Santo, o Museu de Arte do Espírito (Maes) está prestes a completar 25 anos de atividades. Para marcar a data, uma programação diversificada tem início a partir desta segunda-feira (11), com oficinas, exposições e palestras, entre outras atividades no museu e no Hub ES+.

Expoente da arte contemporânea brasileira e um dos pioneiros no país a trabalhar com linguagens multimídia, o artista Eder Santos, de Minas Gerais, integra a programação de aniversário com a exposição “Retro/Ativa”, que será inaugurada na terça-feira (12), a partir das 17h, com uma conversa entre o artista e o curador, Luiz Gustavo Carvalho. A mostra apresenta uma retrospectiva da carreira de Eder Santos, reconhecido mundialmente por desenvolver projetos híbridos que mesclam artes visuais, cinema, teatro, vídeo e novas mídias.

Ao longo da semana haverá ainda um ciclo de palestras no campo das artes visuais, fortalecendo a conexão entre seus agentes e promovendo um diálogo aberto entre representantes do setor cultural como um todo, bem como com o público em geral. Essa ação, entre outras, é fruto de parceria com o Hub ES+, espaço do Governo do Espírito Santo voltado ao desenvolvimento da economia criativa, da tecnologia e da inovação, tendo a cultura como meio de interconexão entre esses setores.

Além disso, a biblioteca do Maes disponibilizará uma pequena ativação, apresentando em linha do tempo as principais exposições e ações que aconteceram durante seus 25 anos de atividade.

De acordo com o diretor do Maes, Nicolas Soares, as instituições e seus acervos têm passado por um novo processo de leitura e sendo reorganizados para atender a uma necessidade de revisão histórica que foi impulsionada pela ascensão de saberes, culturas e produções artísticas que estão fora das (e contra as) hegemonias europeias e norte-americanas, por exemplo.

“Assim como instituições da arte e cultura mundiais estão se ‘reolhando’ criticamente, nós também estamos nos revendo a partir daqui, do Brasil, do Sudeste e do próprio estado. O globo geopolítico está reorientando seu eixo, e os museus, seus discursos e posturas. Mais que participar desse diálogo, o Maes quer ser parte dele”, ressalta o diretor.

Obra "Dogville", de Eder Santos (Foto: Leandro Aragão)

Obra “Dogville”, de Eder Santos (Foto: Leandro Aragão)Obra “Dogville”, de Eder Santos (Foto: Leandro Aragão)

O museu

Patrimônio cultural tombado pelo Estado, o Museu de Arte do Espírito Santo está integrado à estrutura organizacional da Secretaria da Cultura (Secult). Construído a partir de projeto arquitetônico do tcheco Joseph Pitilick, o prédio histórico que sedia o espaço ficou pronto em 1925. Acolheu várias instituições públicas estaduais ao longo da história, até 1987, quando foi cedido ao antigo Departamento Estadual de Cultura (DEC).

Atendendo a uma antiga reivindicação que mobilizou intelectuais e artistas, o DEC decidiu transformar o local em um museu. Assim, o edifício passou por reforma nos anos 1990, a partir de um projeto das arquitetas Maria Cristina Coelho Duarte e Clemir Meneghel. Em 1998, seu uso foi destinado à implementação do Museu de Arte do Espírito Santo (Maes), com assessoria do crítico de arte Paulo Herkenhoff. Sua inauguração ocorreu em 18 de dezembro daquele ano, com uma exposição em homenagem ao artista modernista capixaba Dionísio Del Santo.

Atualmente, o Maes volta-se à produção artística contemporânea, com ocupações – entre exposições individuais e coletivas, além de atividades públicas diversas – que negociam com sua arquitetura neoclássica, em um limiar entre arte-arquitetura e urbanidade, por seu caráter estrutural estar completamente aberto para o entorno, fruto de sua última reforma, projeto das arquitetas Clara Sampaio e Mirella Schena, concluída e inaugurada em 2020.

Além disso, o Maes detém um acervo que reúne cerca de 660 obras, incluindo pinturas, desenhos, gravuras, fotografias, objetos, esculturas e instalações. E uma história da arte moderna – recente e contemporânea – pode ser traçada a partir desse acervo.

Coleções significativas à produção artística do estado, de artistas como Nice Avanza, Elpídio Malaquias e Dionísio Del Santo, são exemplos do valor histórico do acervo do Maes, que mantém uma sala de exibição permanente desse conteúdo, apresentando recortes curatoriais a partir de suas coleções em diálogo com outros acervos e instituições.

Como suporte das práticas de pesquisa e formação, a biblioteca do Maes conta com uma coleção de publicações especializada em arte (livros, catálogos, revistas e documentos), reunindo cerca de 4 mil títulos.

O espaço produz ainda exposições selecionadas pelos editais do Fundo de Cultura do Estado do Espírito Santo (Funcultura), também são realizados inúmeros projetos em parcerias com outras instituições nacionais, programas de arte-educação, pesquisa e ativações de seu acervo.

Exposição Retro/Ativa

Mostra retrospectiva da carreira de Eder Santos, com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho, “Retro/Ativa” é uma exposição itinerante que reúne nove trabalhos que traçam um panorama da produção do artista multimídia mineiro. Em Vitória, ela fica aberta à visitação até 28 de janeiro de 2024.

Mesclando diferentes linguagens e técnicas, a produção de Eder Santos apaga as fronteiras entre artes visuais, cinema, teatro, vídeo e novas mídias. Pioneiro da arte multimídia no Brasil, o artista apresenta uma fusão entre tecnologia e arte, como forma de experimentação, explorando ruídos e distorções para criar um desconforto proposital.

Com entrada gratuita, “Retro/Ativa” é realizada com patrocínio do Instituto Cultural Vale, viabilizado pela Lei Rouanet, do Ministério da Cultura (MinC), e conta ainda com apoio do Museu de Arte do Espírito Santo (Maes).

Obra "Callwaiting", de Eder Santos (Foto: Leandro Aragão)

Obra “Callwaiting”, de Eder Santos (Foto: Leandro Aragão)Obra “Callwaiting”, de Eder Santos (Foto: Leandro Aragão)

 

Programação:

11/12 (segunda-feira)

14h-18h. Oficina “Práticas de arte: colagem digital para ilustração”, com Natália Farias

Local: Hub ES+, Praça Costa Pereira, 30, Centro de Vitória

 

12/12 (terça-feira)

9h-13h. Oficina “Práticas em Arte – Estamparia”, com Liliana Sanches

Local: Hub ES+, Praça Costa Pereira, 30, Centro de Vitória

17h. Abertura da exposição “Retro/Ativa”, de Éder Santos

18h – Fala com o artista Eder Santos e o curador Luiz Gustavo Carvalho

Local: Museu de Arte do Espírito Santo, Av. Jerônimo Monteiro, 631, Centro de Vitória

 

13/12 (quarta-feira)

14h-17h. Mediação da exposição “Retro/Ativa” para deficientes visuais, com Júlio Gabriel (parceria com Núcleo de Braille da Biblioteca Pública do Espírito Santo)

Local: Museu de Arte do Espírito Santo, Av. Jerônimo Monteiro, 631, Centro de Vitória

16h-18h. Palestra “Espaço expográfico: Diálogos entre arte e espaços”, com Clara Pignaton

Local: Hub ES+, Praça Costa Pereira, 30, Centro de Vitória

 

14/12 (quinta-feira)

9h-12h. Mediação para crianças na exposição “Retro/Ativa”, com Kleiton Rosa

Local: Museu de Arte do Espírito Santo, Av. Jerônimo Monteiro, 631, Centro de Vitória

15h às 17h. Palestra “Mediação na Arte: os espaços expositivos e o público”, com Karenn Amorim

Local: Hub ES+, Praça Costa Pereira, 30, Centro de Vitória


16/12 (sábado)

14h-16h. Conversa sobre o projeto de residência “Tempo de Mar”, com as artistas Jaíne Muniz e Matheusa Moreira, e exibição da vídeo-performance resultado da residência (projeto selecionado pelo Edital 017/2021 Setorial de Artes Visuais, do Funcultura)
Local: Museu de Arte do Espírito Santo, Av. Jerônimo Monteiro, 631, Centro de Vitória

16h30-18h30. Palestra “Produção artística como estratégia para uma narrativa decolonial”, com Geovanni Lima
Local: Hub ES+, Praça Costa Pereira, 30, Centro de Vitória