Dois anos de sucesso: Casa Rosa celebra mais de 7 mil atendimentos prestados
Há dois anos, a Prefeitura de Vitória inaugurou um serviço voltado para mulheres e famílias que sofreram violência intrafamiliar: a Casa Rosa, um Centro Especializado em Saúde da Mulher e Famílias em Situação de Violência. Desde a sua inauguração, em outubro de 2021, foram realizados 7.247 agendamentos e atendidos 546 casos novos.
Dona Simone Barbosa e suas três filhas estão entre essas pessoas vítimas de violência doméstica, e são atendidas pela equipe da Casa Rosa. “Eu costumo dizer que eu era aquela mulher forte, que eu era aquela mãe forte, que não precisava de um psicólogo, não precisava de um psiquiatra, que não precisava ouvir ninguém. Quando eu cheguei aqui na Casa Rosa eu tinha perdido totalmente a minha memória. Por querer ser forte, por não querer contar os meus problemas, por não querer desabafar com ninguém, por querer guardar tudo para mim. E aí, quando eu voltei à minha memória eu já tinha uma equipe de apoio me atendendo. E atendendo as minhas três filhas. Hoje, sigo em frente, acreditada, e sou atendida, juntamente com as minhas filhas, pela equipe da Casa Rosa”. disse, emocionada.
Para comemorar a data, a manhã desta quarta-feira (18) foi diferente no espaço. Uma equipe composta pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, a vice-prefeita, Capitã Estéfane, juntamente com a secretária de Saúde, Magda Lamborghini, pacientes atendidos na Casa Rosa, representantes de instituições parceiras da Casa Rosa, lideranças comunitárias, entre outros, estiveram na Casa Rosa e cantaram parabéns ao som da banda da Guarda Municipal.
Durante o evento, o prefeito lembrou que após o procedimento padrão para os casos de violência contra mulheres, algumas delas com filhos, não tinham dinheiro sequer para pagar a passagem do transporte coletivo para retornar pra suas residências. Essa situação levou a busca de uma solução para o problema, e foram galgadas parcerias com o Ministério Público, com a Defensoria, com o Poder Judiciário e também com a comunidade local, para que o espaço da unidade de saúde fosse ainda mais acolhedor. Nascia a Casa Rosa.
“Quero agradecer a comunidade da Ilha de Santa Maria e Ilha de Monte Belo, porque uma parte desse prédio também foi cedido pela comunidade, pela associação de moradores, para que nós pudéssemos colocar esse equipamento público de pé. Hoje, na cidade de Vitória, nós podemos nos orgulhar, que nós temos a porta de entrada para essas mulheres. Claro que nós trabalhamos pra que não haja vítimas de violência doméstica. E esse é o trabalho preventivo de extrema importância. Hoje, aquelas mulheres que saiam daqui do Plantão da Mulher e não tinham pra onde ir, elas têm uma porta aberta, uma porta de esperança para suas vidas. E essa é a a função que vocês desenvolvem com maestria. Parabéns a todos!”, disse o prefeito Lorenzo Pazolini.
A Casa Rosa realiza atendimento, acompanhamento em saúde, oferece grupos de atendimento à crianças, adolescentes e mulheres que visam ressignificar a violência sofrida. Além disso, participa na rede intersetorial com ações de promoção e prevenção à violência doméstica e infrafamiliar.
“Fiz um roteirinho para falar mas o coração nessa hora fala mais alto e eu acho que é isso que vale nesse momento. A violência me indigna de todas as formas. E ela me escandaliza. E acho que vai escandalizar eternamente…Esse equipamento é um equipamento público que foi desenhado para minimizar as dores e a perpetuação dessa vida, para ressignificar a vida dessas pessoas, dessas mulheres, dessas crianças, dessas famílias. Um equipamento público que foi construído de forma integrada com a educação, assistência social, direitos humanos e da saúde. Conta com uma equipe pequena, mas uma equipe potente e quem tem compromisso de reestruturar essas pessoas para continuarem as suas vidas. Como diz o nosso prefeito, a nossa prioridade é cuidar das pessoas. E a Casa Rosa tem isso. Esse é o nosso propósito. Esse é um espaço para reconstrução dos sonhos”, falou a secretária de Saúde de Vitória, Magda Lamborghini.
A diretora da Casa Rosa, Clícia Dora, ressaltou a importância do serviço e trabalho de toda a equipe que atua no serviço. “Quero começar agradecendo ao prefeito, pois foi lá em sua campanha que pensou nesse projeto. Agradeço também à secretária e a toda equipe que atua na Casa Rosa. Cada pessoa que aqui trabalha tem a sua importância no processo de trabalho. Temos uma equipe pequena mas vejo que o segredo do nosso sucesso está no acolhimento e no atendimento humanizado”, frisou.
Atendimento
O atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar com doze profissionais dentre: médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermagem e terapeuta ocupacional. O atendimento engloba escuta qualificada com avaliação de risco, atendimento médico e psicossocial e avaliação integral das condições gerais de saúde.
Do total de atendimentos realizados pelo equipamento de saúde, 55% são de violência sexual, 25% de violência doméstica, 9% de violência física e 11% de violência psicológica e negligência. 80% são do sexo feminino e 46% têm entre 0 e 12 anos de idade.
O espaço é humanizado e ambientado com borboletas coloridas, que simbolizam o rompimento de um ciclo para a liberdade. No local, há uma sala especialmente dedicada à crianças e adolescentes filhos das vítimas de violência. O equipamento público de saúde é uma política do governo municipal.
As equipes também realizam visitas, palestras, rodas de conversa em escolas, Unidades de Saúde, nos Centros de Atenção Psicossocial, Centro de Referência em Infecções Sexualmente Transmissíveis, Serviços de Fortalecimento de Vínculos, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), Legião da Boa Vontade (LBV), entre outros, assim como também realizam estudos de caso, encaminhamentos, relatórios, matriciamento e capacitação em linhas de cuidado de violência.
Rede de apoio
As pessoas que chegam à Casa Rosa são encaminhadas pelos diversos serviços da rede pública: assistência social, escolas, saúde e também pelos serviços da rede de proteção (Ministério Público, Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente, Conselhos Tutelares), além de receber demandas espontâneas.
Serviço
A Casa Rosa funciona de segunda a sexta-feira, das 7 às 17 horas.
O agendamento pode ser feito por meio dos telefones (27) 3332-3290 ou (27) 98107 0192, pelo e-mail [email protected] ou de forma presencial, na Rua Hermes Curry Carneiro, 360, Ilha de Santa Maria, Vitória/ES.
Fonte: Prefeitura de Vitória.
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