Motociclistas e Passageiros Representam Quase 60% das Vítimas de Trânsito na Serra
Quase 60% das vítimas fatais do trânsito da Serra são motociclistas ou caronas de moto. Os dados são do Observatório de Trânsito do Detran-ES, que mostram que de janeiro a julho deste ano, 29 pessoas perderam a vida em acidentes automobilísticos. Deste número, 17 eram motociclistas ou caronas de moto; ou seja, 58,6%, outros 6 eram pedestres; 4, condutores de carro; 1, carona de caminhão; e 1, ciclista.
Apesar dessa triste estatística, o número de vítimas fatais está em queda na cidade: em 2023, foram registradas 41 mortes no mesmo período, representando uma redução de 21%.
A Serra possui uma frota de aproximadamente 220 mil veículos registrados e licenciados, conforme dados do Detran-ES. Um dado curioso é que o município tem mais carros do que a cidade de Cachoeiro de Itapemirim tem de habitantes, sendo que esta é a quinta maior cidade do estado, com 210 mil pessoas, segundo o IBGE.
Segundo o especialista em trânsito Ronaldo Gaudio, a maioria dos acidentes é causada por imprudência e poderia ser evitada.“A imprudência é definida como ‘expor a si mesmo e aos outros a riscos desnecessários’. Ações comportamentais simples poderiam resolver cerca de 80% desse cenário caótico”, afirmou Ronaldo.
Ronaldo também destacou que o excesso de velocidade é a causa primária ou secundária de 80% dos acidentes, seguido por outro ato inseguro: a negligência. “O uso do celular enquanto dirige, por exemplo, aumenta em 400% o risco de acidente”, ressaltou.
Sobre a queda no número de mortes no trânsito na Serra, Ronaldo avalia que, apesar de muito movimentada, a Serra é bem sinalizada e monitorada por agentes de trânsito, tanto presencialmente quanto por fiscalização remota. “Na minha opinião, é o melhor trabalho do estado. Não vejo outro tão atuante quanto o dos agentes da Serra. Observo muito a presença e a atuação deles”, elogiou Ronaldo.
Em Vitória, a capital, apesar de figurar em terceiro lugar no número total de mortes, foi registrado o maior aumento percentual em acidentes fatais. Foram 26 mortes até julho de 2024, em comparação com 18 no mesmo período de 2023, representando um aumento de 44%.
Vila Velha ocupa o segundo lugar em número de acidentes fatais, com um aumento de 27% nos primeiros sete meses deste ano. Foram 28 mortes em 2024, em comparação com 22 no mesmo período de 2023. “Em Vila Velha, o trânsito tem inúmeros gargalos que contribuem para pequenas colisões entre carros, muitos envolvendo motociclistas e atropelamentos”, observou Ronaldo.
As ocorrências fatais na Serra de janeiro a julho foram distribuídas da seguinte forma: quatro em janeiro, quatro em fevereiro, duas em março, três em abril, quatro em maio, sete em junho e cinco em julho. Os dados são do Observatório da Segurança Pública do Espírito Santo.
Fonte: Tempo novo
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