XV Seminário de Mobilização Estudantil Explora Temas de Diálogo e Protagonismo
Uma explosão de energia, de sonhos, de vida. Foi assim o Seminário de Mobilização Estudantil, que teve sua décima quinta edição realizada nessa quarta-feira (23), no Centro de Estudos Dom Silvestre Scandian, na Enseada do Suá. Na chegada ao local, os estudantes foram recebidos por uma banda de marchinhas e uma trupe muito animada, com direito a um maravilhoso café da manhã.
Ana Clara Barbosa Rodrigues Caetano, 9 anos, estuda na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Paulo Roberto Vieira Gomes, em São Benedito. Antes da abertura do evento, ela disse que estava ansiosa pelo que estava por vir e que esperava sentir muita alegria e ver todo mundo feliz.
Depois do credenciamento e do café da manhã, todos foram para o auditório, onde o prefeito Lorenzo Pazolini e a secretária municipal de Educação, Juliana Rohsner, deram as boas-vindas aos estudantes e educadores.
Pazolini lembrou que a prefeitura tem investido fortemente na reestruturação física da rede de ensino da capital com construção de escolas, reformas e manutenções. Tudo isso para criar um ambiente acolhedor, um ambiente que tenha vida, e, principalmente, um ambiente em que os estudantes possam aprender melhor. “O que nós queremos é criar uma escola melhor, uma escola interativa, uma escola que dialogue e, principalmente, uma escola que seja um caminho seguro para que vocês possam seguir na juventude absorvendo conhecimento, tendo todo aspecto cognitivo respeitado. Lá na frente, eu tenho certeza de que vocês vão chegar aonde vocês quiserem, no ponto de sucesso, e vão ser um orgulho para a nossa cidade e para o Espírito Santo”, disse o prefeito.
Para a secretária municipal de Educação, Juliana Rohsner, o único defeito do Seminário de Mobilização Estudantil é que ele acaba, e os estudantes vão sentir muita saudade de tudo o que viveram no evento. “Este é um dia pensado e planejado. Para que tudo isso aconteça não tem mágica, tem muito trabalho. E aqui fica o meu agradecimento a cada um que no dia a dia faz essa educação pública acontecer. Essa educação que hoje é simbolizada por esse seminário, que empodera vocês para terem voz e vez para poderem contribuir com os avanços da nossa cidade. Os estudantes que estão aqui, prefeito, já vêm de uma jornada de fala. Porque nós temos certeza de que eles têm voz, de que eles têm como contribuir, de que eles pensam, de que eles são críticos, de que eles têm ideia para deixar a escola cada vez melhor. Então nos cabe, enquanto educadores, abrir espaço para que essa voz ecoe”, analisou a secretária.
Programação
O Seminário de Mobilização Estudantil de 2023 teve como tema Diálogos que Transformam. A primeira atração do evento foi a apresentação do coral Serenata D´Favela, composto por estudantes da rede de ensino municipal de Vitória. A apresentação misturou música e dança num espetáculo de arrepiar. Em seguida, uma interação entre os estudantes e o educador social Jota, da empresa social Atitude Inicial. Jota apresentou sua história de vida enquanto intercalava a interação com os estudantes e falava de sonhos, de afeto, de respeito, de protagonismo e de como percorrer um caminho na vida diferente daquele que parece traçado.
Eduarda Pereira Mariano, 14 anos, achou incrível a interação com o educador social. Ela acredita, inclusive, que ele influenciou muito dos estudantes presentes no evento. “O trabalho dele é incrível. E eu me surpreendi muito porque vi que uma pessoa, qualquer pessoa, pode chegar ao lugar onde ele está. Quando ele perguntou quem é a pessoa mais importante pra gente, qual é o seu propósito, o que você quer fazer, qual é o seu sonho, qual é o motivo de você acordar todos os dias. Isso foi bem interessante! Pra mim, o motivo de eu acordar todos os dias é realizar o meu sonho, meus pais, dar uma vida melhor para eles e ser feliz”, contou a estudante da Emef Izaura Marques da Silva, em Andorinhas.
“Eu achei o máximo, muito legal, porque ele fala de várias coisas que acontecem nas salas de aula e também o que acontece com nosso futuro. O que mais me tocou foi a parte que ele fala do bullying. Teve uma parte em que ele falou que acontecia na escola dele e que acontece até hoje, o bullying. Por exemplo, uma pessoa que é negra, fazem bullying com ela só por ela ser negra, ou porque o sapato tá descolado, ou por causa do cabelo da pessoa. Eu também sofri bullying, aí essa parte me tocou mais”, comentou a estudante Ana Clara Barcelos, 13 anos, da Emef Ceciliano Abel de Almeida, em Itararé.
Ainda pela manhã, os estudantes assistiram e interagiram com uma dupla de atores que apresentaram uma peça teatral e envolveram estudantes e educadores na performance. A peça falou sobre conflitos e o uso do diálogo na resolução de problemas. Já na parte da tarde, os estudantes e os educadores participaram de oficinas. Ao todo, foram realizadas dez oficinas para os estudantes: Mágica, Cubo Mágico/Desenho 3D, Oficina de Dama, Oficina Jornal da Escola, Mão na Massa – Maker, Programação com Scratch, Desenho, Oficina de Jogos Teatrais, Você sabe o que está comendo? – Rotulagem de alimentos e Dança Urbana. Para os profissionais da educação, foi oferecida a oficina As Emoções na Contemporaneidade – Pinturas Inspiradas em Jackson Pollock.
A Ana Clara Neves Hygino, 14 anos, contou que desde muito pequena sempre se interessou por teatro e chegou a fazer aulas durante alguns anos, mas quando veio a pandemia ela teve que parar, por isso, estava cheia de expectativa para a oficina. “A minha expectativa é bastante alta. Espero conseguir melhorar o que tem que ser melhorado, como as falas, por exemplo”, disse a estudante da Emef Adilson da Silva Castro.
Toda essa programação teve como objetivo fortalecer o protagonismo dos estudantes e desenvolver habilidades como o diálogo, que faz deles pessoas que colaboram com o meio em que vivem. A assessora técnica da Coordenação de Acompanhamento aos Conselhos de Escolas e Colegiados Estudantis Betânia Biancardi de Carvalho comentou que o protagonismo estudantil é o incentivo da participação do estudante nos espaços de decisão da escola. Segundo ela, na escola é possível promover vários espaços de decisão, que perpassam pelos momentos de diálogo.
“Por isso que o tema do Seminário de Mobilização Estudantil deste ano é Diálogos que Transformam. Porque é no espaço do grêmio estudantil que acontece o diálogo que transforma, no espaço do Conselho de Escola, onde o estudante também está presente, no espaço da rádio escola, no espaço da representação de turma e nos projetos que as escolas desenvolvem também. É por meio desse diálogo entre os profissionais da Educação, os pedagogos, os professores, o diretor e os estudantes que vão acontecendo os momentos de transformação dentro da escola, de junção de ideias, em que o estudante traz a sua perspectiva, a sua visão e junta também com a visão do profissional para construir uma escola cada vez melhor e buscar essa educação socialmente referenciada que a gente tanto quer, essa educação de qualidade”, analisou.
“A gente tem vários relatos de estudantes que dizem que como participar desses momentos dentro da escola facilitam a vida deles em outros momentos também fora da escola. Então a gente vê movimentos de estudantes, às vezes que eles participam em momentos do estágio ou momentos da vida, às vezes, familiar. Há uma transformação no entendimento de que ele pode se colocar de uma forma dialógica com o adulto não só na escola, mas nos outros espaços também. O protagonismo estudantil, dentro das unidades de ensino ou fora delas, é justamente a participação, e essa participação ela passa por todos nós pelo momento em que a gente tem a atitude da fala e da escuta respeitosa com as pessoas que estão dialogando com a gente”, explicou Biancardi.
Dinâmica
Em torno de 400 pessoas, entre estudantes e educadores participaram do XV Seminário de Mobilização Estudantil. Conforme explica o responsável pela Coordenação de Acompanhamento aos Conselhos de Escolas e Colegiados Estudantis, Rafael Leite, as 54 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) foram representadas no evento.
“Foram selecionados seis estudantes de cada escola e mais um profissional acompanhante. Os estudantes escolhidos foram os que, preferencialmente, já estão envolvidos com o protagonismo estudantil, ou seja, aqueles que estão na rádio escola, no grêmio estudantil, os líderes de turma, os estudantes que participam do Conselho Escolar”, explicou Rafael.
Para o diretor da Emef Tancredo de Almeida Neves, em São Pedro III, José Gomes de Oliveira Filho, o Seminário é uma experiência muito saudável de convivência entre estudantes de escolas diferentes. “E aqui eles recebem uma formação diferente daquilo que eles estão acostumados lá na escola, ou que eles veem cotidianamente na escola, inclusive com uma metodologia também diferente. Acho que essa é uma oportunidade ímpar para eles e que vai marcá-los. Eles vão lembrar por bastante tempo desse momento que eles estão vivendo aqui”, avaliou o diretor.
Fonte: Prefeitura de Vitória.
Especialista em moderação e revisão de conteúdo para jornais do consórcio de notícias, garante a qualidade editorial e a precisão das publicações, mantendo padrões rigorosos de precisão e excelência informativa.